domingo, 28 de novembro de 2010

Os segredos da política externa norte americana revelados

Segundo o jornal espanhol "El País":


El Pais, em colaboração com outros jornais na Europa e nos Estados Unidos, revelou hoje o conteúdo de documentos que vazaram mais secretos aos quais se teve acesso em toda a história. Esta é uma coleção de mais de 250 mil mensagens a partir do Departamento de Estado dos Estados Unidos, obtidas pelo site Wikileaks web, que são encontrados em episódios inéditos que ocorreram em pontos de conflito do mundo e muitos outros grandes eventos e fatos relevantes para se despir completamente a política externa americana, trazendo à luz os seus mecanismos e fontes e apontaram para deficiências e obsessões, e juntos facilitam a compreensão dos cidadãos sobre as circunstâncias em que se desenvolve o lado escuro das relações internacionais.
A reportagem não revela como teve acesso às informações.
O jornal conclui:
Vai ser muito caro, portanto, para os Estados Unidos reparar os danos causados pelo vazamento, e levará anos para colocar um novo sistema de comunicação com todas as garantias. Mais importante, porém, é o valor informativo destes documentos.
Vamos esperar para ver os segredos revelados... 


Veja mais em "El País"

sábado, 27 de novembro de 2010

A guerra contra o tráfico, as volantes e o cangaço

Foto: EFE
A guerra contra o tráfico no Rio de Janeiro é necessária e, como toda a sociedade brasileira, apoio inteiramente. Longe de mim defender terroristas que agem contra a sociedade e a democracia. Entretanto precisamos tomar muito cuidado para que tudo seja feito dentro da legalidade. Estamos em um estado de direito onde são permitidas ações de excessão que não podem se transformar em ações de rotina.

No final do século XIX e início do século XX, existia no Brasil, uma ação que agia à revelia do poder constituído. Não importam as motivações, as razões para a deflagração do movimento denominado cangaço. Eram forças paramilitares utilizadas contra a ordem estabelecida na época e agiam à revelia de princípios democráticos e de direito. Para combater os cangaceiros, foram formados grupos armados chamados de "volantes". Estes grupos acabaram se colocando, tal como os cangaceiros, à margem da legalidade e as autoridades tiveram muita dificuldade em acabar com esta forma de banditismo.

Estamos em guerra. Guerra contra o tráfico, contra a violação dos direitos humanos, contra ações de terrorismo de grupos armados que atentam contra a sociedade e que precisam ser extirpados. Esta guerra não tem e não pode ter volta. Temos que ir até o fim.

Até o fim, significa finalizar as operações militares contra o terrorismo no momento em que seja extirpada a fonte das ações contra o estado de direito. A partir deste momento passamos a trabalhar em ações de rotina, retirar das ruas as forças armadas e garantir a ordem através das forças regulares da polícia do Rio de Janeiro. A grande pergunta é se saberemos o momento no qual serão finalizadas as ações militares e passamos a ações policiais de garantia da normalidade. Precisamos restaurar a ordem pública e, a partir de então, estabelecer a manutenção desta ordem.

Um outro ponto a considerar é que, a partir da normalidade, serão necessárias ações no sentido de garantir apoio social às famílias atingidas pela guerra e, além disso, urbanização e garantia de serviços públicos que garantam educação, saúde, mobilidade e segurança a todos os moradores das regiões afetadas pela ação de grupos subversivos de terrorismo para evitar o retorno da situação à qual foi levada comunidades inteiras devido ao preconceito. É preciso dar cidadania à população que vive nesta comunidade. É preciso saber o momento no qual se encerrará a operação militar, para iniciar a ação social.

Se a ação militar for encerrada muito cedo, o terrorismo voltará. Se muito tarde, corremos o risco de viver sob regime de excessão. A pergunta é: saberemos estabelecer exatamente o momento de encerrar as ações de guerra? Ou estaremos criando "volantes" urbanas que funcionarão ao arrepio da lei e da ordem? Hoje, quem trafega pelas ruas do Rio de Janeiro é parado e corre o risco de ser detido sob suspeita.

Todo cuidado é pouco neste difícil momento de excessão. Espero que a lei, a ordem e o estado de direito volte a reinar rapidamente no Rio de Janeiro. E o governador Sérgio Cabral tem mostrado muito equilíbrio no governo do Estado. Espero que saiba conduzir o conflito de forma acertada, estabelecendo o momento preciso de retorno à normalidade.

Diferentes pesos e medidas para um mesmo objeto

Há três anos atrás, em 2007, houve uma revolta na USP, provocada pela sinalização, por parte do governo paulista, da retirada da autonomia das universidades para direcionar suas verbas e definir suas prioridades. Os estudantes resolveram protocolar na reitoria, um protesto contra este ato. Mas a  reitoria, demonstrou-se submissa à vontade de seu patrão, o governador, e não permitiu a entrada dos estudantes, que resolveram reclamar junto ao governo do Estado de São Paulo. Mas não só não foram recebidos como a polícia reprimiu a passeata, provocando na ocasião um enorme congestionamento.

Diante da negativa de diálogo, os estudantes resolveram ocupar o prédio da reitoria, lacrando antes as salas que continham documentos e equipamentos para que não houvesse dano ao patrimônio público.

Os estudantes serão sendo julgados, com base em um decreto assinado no tempo da ditadura militar pelo então ministro da justiça, o mesmo que redigiu o AI5, por uma comissão que se reunirá, à portas fechadas, para decidir pela expulsão dos participantes do protesto. E poderão ser expulsos da universidade.

O interessante de tudo isto é que os mesmos que insistem na manutenção de regimentos arcaicos e com base em instrumentos totalitários, são os que falam em liberdade, democracia e livre manifestação, quando se trata de vociferar contra forças populares e progressistas, dizendo o que querem, da forma como querem. Reivindicam um legítimo direito que não é dado aos que deles discordam, com dois pesos e medidas para um mesmo objeto. 

O regimento, como não poderia deixar de ser, fala em "moral e bons costumes", uma expressão pouco específica. Fala ainda na proibição da proibição de manifestações. E a forma de julgamento é pouco transparente e  ambígua. Não há mais espaço para este tipo de regulamentação ainda mais se tratando de uma instituição pública, a não ser em São Paulo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Contestação do que não ocorreu

No início deste mês de novembro, a ANATEL promoveu uma consulta pública relativa à revisão do Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC) prestado em regime público para o período 2011-2015 através da Consulta Pública nº 34. A revisão, segundo a própria ANATEL, deve-se ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Antes mesmo do resultado da consulta pública, as empresas de telefonia entraram com uma ação contestando o resultado da negociação que vinha sendo mantida com a agência antes mesmo da sua conclusão, sob a alegação de prejuízos na implantação das metas para ampliação nos investimentos  em infraestrutura para todo o país, garantindo acesso à banda larga em todos os municípios do país.

O que as concessionárias querem é a manutenção da atual situação da telefonia e o mal atendimento no que se refere à banda larga, de má qualidade, sem a universalização por todos os municípios e caríssima. E contestam ainda a Telebrás como provedora em uma segunda ação que pretende alijar a estatal da possibilidade de atendimento das metas, alegando atuação de forma "privilegiada e anticompetitiva".

Na outra ponta estamos nós, sociedade brasileira, que ficamos à mercê dos gigantes internacionais que se unem para nos explorar.


Tentando entender Raul - Lições deixadas

Metamorfose ambulante

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Raul Seixas

O divino, no meu entendimento, é tudo o que transcende a compreensão humana. É a explicação lógica de fenômenos inexplicados. O conjunto de realidades e verdades que transcende a compreensão humana no conceito de nossa compreensão dos fenômenos da natureza. 
Podemos dizer, considerando o divino no sentido amplo da palavra descrito acima, que a música é uma manifestação divina. Nem sempre boa, mas divina. 

No exemplo acima, podemos verificar que Raul Seixas nos ensinou a lição de que devemos ser sempre uma "metamorfose", assim entendido, devemos ser a constante evolução pessoal. As coisas nas quais acreditamos muda sempre. Nada existe de definitivo em nossa existência. A nossa compreensão do mundo se altera conforme nossa evolução.

A luz de nossa compreensão das coisas se apaga com uma iluminação maior. O que hoje odiamos, amanhã poderemos amar e, no momento seguinte, nos causa horror.

Uma lição que serve para nos fazer pensar e contribui para nossa evolução.

domingo, 14 de novembro de 2010

Há 121 anos: a primeira ditadura militar do Brasil...

Marechal Deodoro da Fonseca aceita dar o golpe militar pelo fato de ter recebido a mentirosa notícia que seu desafeto Silveira Martins seria nomeado primeiro-ministro no lugar do Visconde de Ouro Preto. E Deodoro tomou a providência de revogar a constituição, ficando o Brasil sem instrumento jurídico até 1891. Governava por decreto e acumulava os poderes executivo e legislativo. Isto significa que estávamos em uma ditadura. 

Antes disso, o governo de D.Pedro II definhava sem o apoio dos latifundiários descontentes com a abolição da escravidão pela sucessora direta do trono, a Princesa Isabel que, pela linha sucessória era a herdeira natural do trono. E a Princesa Isabel tinha como marido um francês, o Conde D'Eu. Esta falta de apoio dos fazendeiros, que queriam polpudas indenizações pela perda financeira decorrente da perda de seu patrimônio, sua mão de obra escrava, deflagrou a campanha contra seu governo.

A classe média por sua vez, desejando maior participação nas decisões políticas. A Constituição Imperial tinha um caráter classista já que estabelecia limites de renda para o direito a voto ao mesmo tempo que garantia o voto aos administradores de fazendas rurais e fábricas. Isto afastava da cena política esta classe média que poderia dar sustentação ao governo imperial.

Um outro fator a considerar na desestabilização do governo imperial, era o fato da falta de apoio da Igreja Católica, religião oficial do império. Esta mesma igreja era influenciada pelos latifundiários.

Além disso, temos ainda o descontentamento dos militares, que não tinham direito a voto nem à manifestação. As forças armadas estavam sem apoio financeiro, ocasionado pela participação do Brasil na Guerra da Tríplice Aliança, que provocou crise financeira, inflação alta e redução com os gastos militares.

O descontentamento dos militares envolvia também a Questão Militar, um embate entre as Forças Armadas e o Império, que envolvia denúncia, por parte do Coronel Cunha Matos de corrupção do comandante militar da Província do Piauí, punido e defendido, através da imprensa por Sena Madureira, do Rio Grande do Sul, onde Deodoro era comandante e não coibiu a manifestação. Antes disso, houve defesa, por parte do mesmo Sena Madureira a favor do abolicionismo e manifestação contra a não obrigatoriedade, por parte dos militares, da contribuição ao Montepio Militar. Houve proibição da manifestação de militares pela imprensa que Deodoro se negou a cumprir provocando seu transferência em retorno ao Rio de Janeiro, onde foi eleito o primeiro presidente do Clube Militar recém formado.

O descontentamento dos latifundiários, militares e igreja não melhorava a representatividade do Partido Republicano, que não conseguia, através do voto, se impor. Assim resolveram partir para o golpe militar, que inaugurou nossa república, que carecia dos mínimos fundamentos democráticos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Retorno das origens



Retornei ontem à São Paulo. Vim do Rio de Janeiro.

Ou será que de novo deixei ontem para trás as minhas origens?

Não adianta... A origem, a volta... Será que voltei? Será que saí?

Caminhando do Largo da Carioca até os arcos da Lapa.

Uma cerveja olhando os arcos seculares hoje restaurados. Um mergulho nas minha origens, que é a própria origem da minha e da nossa história. Um almoço de frente para o Largo da Misericórdia, olhando de novo com outros olhos nossa história.

Caminhei de novo nos mesmos sítios onde um dia caminhou os primeiros representantes de nossa história, que deixaram suas marcas tão bem preservadas pelos que os sucederam.


Talvez não seja mais carioca: carioca autêntico que guarda a essência do carioca, mas um carioca que se apaulistou. Se apaulistou mas vez por outra mergulha em suas origens e tem orgulho de dizer: sou carioca. Um tanto apaulistado, mas carioca...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A destruição da esperança - Beato José Lourenço

Era um agricultor cansado da exploração dos latinfundiários paraibanos. Devoto de Padre Cícero, vai para Juazeiro do Norte e dedica-se às obras do sacerdote, que viu naquele homem, uma esperança, um caminho para o progresso daquela gente sofrida.

Com o apoio de Padre Cícero, José Lourenço Gomes da Silva, mais conhecido como Beato José Lourenço, arrendou terras de um sítio - Baixa Dantas - e para lá se mudou com os flagelados da região, fundando uma comunidade que prosperou. Se não tivesse prosperado, tudo bem, mas prosperou e isto irritou os fazendeiros da região, que consideraram uma afronta um bando de pobres agricultores, sem berço nem posses, viver de sua própria produção. 

Foi assim que a comunidade foi acusada de idolatrar um boi que pertencera a Padre Cícero, o "Mansinho". Este boato ganhou força. E a Igreja Católica pressionou o Padre Cícero para que tomasse uma atitude contra a comunidade. Floro Bartolomeu, político ligado a Padre Cícero, ordenou a morte de "Mansinho" e mandou prender o Beato José Lourenço, que foi soltou uma semana depois.

O Beato José Lourenço resolveu mudar a comunidade para um local mais afastado e mudou para o sítio "Caldeirão", mais afastado. Estávamos em 1937 . Mas a questão central não era a localização, era o triunfo de uma gente pobre e sofrida. Isto representava uma "ameaça" aos proprietários da região. E a perseguição continuou a ser feita pelos latifundiários, que obtiveram o apoio da Igreja e, unidos, das forças federais, lideradas pelo capitão José Bezerra, que agiu contra "Caldeirão", sob denúncia de que lá vivia um grupo armado. Era mentira. Sem resistência, os colonos foram expulsos e as lavouras destruídas.

A ação militar em Caldeirão provocou a revolta de alguns dos seguidores do Beato José Lourenço, como o Beato Severino Tavares, que pregava a resistência armada. E o grupo funda uma outra comunidade, agora na serra do Araripe. E, como era de se esperar, a perseguição continuou. De novo ação militar contra os "revoltosos", o que resultou, sob o comando do Beato Severino Tavares, na morte dos invasores.

Foi então que Getúlio Vargas ordenou a ação militar que matou grande número de colonos e incendiou e destruiu a comunidade. Afinal de contas, é uma afronta muito grande uns pobres trabalhadores conquistarem a independência e a felicidade. A esperança dos pobres deve ser destruída.

domingo, 7 de novembro de 2010

A bárbarie como justificativa do preconceito

Em 1808 D, João VI chegou ao Brasil, fugindo da guerra napoleônica que invadiu Portugal. Neste mesmo ano, o Rei ordenou a guerra contra os nativos brasileiros chamados por eles de “botocudos”, termo que na realidade não designa uma nação ou etnia. É uma referência aos “botoques”, os ornamentos utilizados pelos nativos. Na carta na qual ordenou o massacre, D. João VI os designou como “bárbaros” antropófagos. A antropofagia não era genérica, mas parte da tradição de algumas nações nativas brasileiras que acreditavam adquirir características desejáveis através da ingestão de certas partes do corpo do inimigo, como a inteligência ou a força.

Vários autores classificaram como “bárbaros os africanos” as pessoas trazidas como escravos para as américas. O fato de serem considerados “bárbaros” justificava a escravidão de tais povos.

No Brasil, os índios foram massacrados sem piedade. Não só com armas, mas com uma guerra biológica onde, deliberadamente os portugueses invasores espalhavam doenças terríveis como a varíola em utensílios infectados deixados por eles. Da mesma forma, os escravos não eram tratados como gente, mas como animais de carga, sem direito à compaixão. A igreja nunca disse nada sobre este tratamento desumano a seres humanos pelo fato de serem, tanto os índios como os africanos, “bárbaros”.

Quando saimos do Brasil, vemos referências a atrocidades cometidas contra seres humanos onde a jutificativa para a opressão contra pessoas é classificá-las como “bárbaros”.

Mas o que significa a palavra bárbaro?

A palavra tem origem muito antiga, ainda na grécia e significa os povos “não gregos”. Esta palavra foi utilizada também pelos romanos para designar povos não romanos. Tanto gregos como romanos justificavam a guerra, a escravidão e a falta de compaixão para com o ser humano por estarem tratando com “bárbaros”. Tratar algum ser humano como bárbaro é o que hoje chamos xenofobia, que quer dizer a mesma coisa: xénos é estrangeiro e phóbos, medo. Medo de estrangeiros, de pessoas diferentes na aparência, língua ou cultura. É uma anomalia, um desvio mental ou comportamental que precisa ser tratado.

No Brasil, os não-europeus tratavam como “bárbaros” todas as etinias que tivessem características diferentes das européias. E assim também acontece com outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, Charles Chaplin lançou o filme “O Grande Ditador”, onde criticava a discriminação existente na alemanha contra judeus, ciganos, homossexuais e outros "bárbaros". No discurso final do filme, faz uma apologia à tolerância entre os povos. E o filme não foi, inicialmente, bem aceito. Afinal de contas ele estava criticando germânicos e defendendo árabes, ciganos e judeus. Isto era inconcebível, já que o sentimento xenófobo foi criticado.

Auida hoje vemos esta aversão e, às vezes, ódio pelo diferente. Inclusive no Brasil. Preconceito contra negros, contra religiões que não sejam cristãs, contra homossexuais, contra sul americanos, contra imigrantes em geral, inclusive contra nordestinos, contra tudo que não faça parte do ideal do descendente de europeu morador das regiões sul e sudeste ou até mesmo contra pessoas que tenham uma maneira diferente de pensar.

Para estas pessoas, recomendo tratamento. Para o tratamento da xenofobia são normalmente utilizados os métodos da terapia comportamental. O princípio desta terapia no que concerne às fobias, é o da exposição ao objecto ou situação fóbica. No caso particular da xenofobia, será a exposição do doente a situações estranhas que ativam sua fobia. Assim sendo, o sujeito vai descobrir que tal situação aterrorizadora, não representa qualquer perigo ou ameaça como ele imaginava. Para tanto, o sujeito deve aprender determinadas técnicas para lidar com a ansiedade ou angústia que sente em relação ao encontro com pessoas desconhecidas. De todos os métodos comportamentais, a dessensibilização sistemática parece ser o que melhor resulta no tratamento da xenofobia, uma vez que a exposição à situação ou objecto fóbico é gradual.

Aconselho ainda a leitura do texto de Charles Chaplim em “O Grande Ditador”:
"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.”

sábado, 6 de novembro de 2010

Há 118 anos numa "cidadezinha" chamada São Paulo...

Inauguração do Viaduto do Chá
No dia 6 de novembro de 1892 o Viaduto do Chá foi aberto à população de São Paulo. Na sua inauguração, estavam presentes o dr. Bernardino de Campos, presidente do estado e o bispo diocesano D. Lino, que benzeu a construção, que já existia e que era privado, cobrando-se dos que o atravessavam, a quantia de 3 vinténs. Por isso, antes de ser conhecido pelo nome de Viaduto do Chá, a construção era conhecida como “Viaduto dos 3 Vinténs” e só funcionava de dia, fechado à circulação durante a noite.

Quem anda hoje pelo centro de São Paulo não imagina o que era esta cidade há 118 anos atrás.

A cidade era circunscrita à Rua Direita, São Bento e 15 de Novembro. Do outro lado existiam sítios onde se plantavam chá indiano e verduras. O lado urbano era delimitado pelo vale dos rios Tamanduateí e Anhamgabaú, que formava um vale chamado de vale intransponível. O vale do Anhangabaú era uma plantação de chá, daí o nome do viaduto que o transpôs, ligando a Rua Direita, chamada antes de Direita de Santo, Santo Antônio e e Direita da Misericórida - em razão de quando São Paulo se converteu, ao cristianismo, Deus teria lhe dito "Segue directum que Me encontrarás" - à Rua do Chá, hoje chamada Barão de Itapetininga, em homenagem ao proprietário dos sítios alí existentes na época.

Todos sabemos da origem católica da cidade que se originou de um colégio jesuíta construído por José de Anchieta fundado em 25 de janeiro, dia de São Paulo - daí o nome da Cidade. Por esta origem, o Centro era cercado por conventos: de São Francisco, São Bento e São Carmo.

A população se revoltava contra a cobrança de pedágio desde aquela época. E o gigante empreendimento, o viaduto de 180 metros o projeto do francês Jules Martins foi adquirido pela prefeitura e entregue à população a justos 118 anos após um abaixo assinado.






sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Revolução separatista de 2010 - São Paulo contra ou com o Brasil?

Publiquei ontem artigo sobre movimento xenófobo e preconceituoso contra nordestinos (veja aqui) mas o movimento isolado da Mayara Petruso no twiter, que está sendo processada por crime de preconceito não é o único. Temos outros:

  • MRSP - Movimento República de São Paulo - tenta reviver o MMDC e visa separar São Paulo do resto do Brasil (veja no sítio do MRSP). Só que José Serra não é Júlio Prestes e o PSDB não é o PRP. (Ou será que o PSDB de São Paulo pode ser comparado ao PRP?) Não houve também nenhuma revolução armada contra fraudes nas eleições como houve em 1930, quando Getúlio Vargas tomou o poder com o apoio da Aliança Liberal, à qual Minas Gerais aderiu. O MRSP se diz não revolucionário. Mas pretende a independência de São Paulo do resto do Brasil. Na realidade é um movimento contra São Paulo.
  • São Paulo para os paulistas - (veja entrevista à Terra Magazine) Um movimento ambíguo. Nem eles mesmo sabem dizer a favor ou contra o que lutam. É um movimento que se diz menos radical do que o MRSP mas são contra a difusão da cultura nordestina. São contra os imigrantes nordestinos. Podemos concluir que é um movimento xenófobo e preconceituoso em um estado que tem sua maioria constituída de imigrantes e o que querem é fazer campanha contra os nordestinos e contra os mineiros que elegeram Dilma presidente.
Não ´podemos admitir este tipo de movimento. Preconceito é crime e pronto. São Paulo deve sua pujância aos imigrantes. Não só os nordestinos, mas os japoneses, italianos, alemães e a todos os que para cá vieram e fizeram de São Paulo um estado grandioso de gente trabalhadora e ordeira. Não podemos dar à uma eleição de presidente do Brasil um caráter regional. São Paulo é parte importantíssima do Brasil mas não é um país.

Se os meus filhos, paulistas natos, aderissem a este movimento, estariam negando suas origens, assim como a maior parte dos paulistas, que têm como ascendentes povos oriundos de outros lugares que não São Paulo.

Chega a ser ridículo movimentos como este, partindo de um estado grandioso como São Paulo que tem como característica a hospitalidade, a receptividade, constituindo-se em um lugar cosmopolita e cuja diversidade de culturas o fazem o lugar maravilhoso no qual todos nos orgulhamos de viver e onde podemos dizer que somos paulistas por serem paulistas nossos filhos e netos.

Não podemos deixar São Paulo ficar fora do Brasil, pois São Paulo é mais: São Paulo é o retrato do Brasil.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Crimes na internet - Xenofobia e discriminação




No vídeo acima, vemos pessoas que cometem crime ao pregar o separatismo e o ódio aos nordestinos. Rodrigo Vianna, no blog "O Escrivinhador", publicou artigo sobre este triste fenômeno. Triste e perigoso, pois pode levar a uma reação, já que à toda ação corresponde reação de igual intensidade e em sentido contrário.

A eleição de Dilma ocorreria mesmo que ignorássemos os estados do nordeste. E as declarações demonstram apenas que, de forma equivocada, a campanha do PSBD acabou por conduzir ao preconceito contra os eleitores que escolheram pela continuidade das políticas do governo, como a política social e a descentralização dos investimentos com ênfase aos estados nordestinos, que viram o progresso chegar onde nunca chegou.

Esperemos que tais atos sejam isolados e combatidos. E não podemos esquecer que São Paulo é constituído, na maioria, de nordestinos e descendentes.

Crimes na internet - Xenofobia e discriminação




No vídeo acima, vemos pessoas que cometem crime ao pregar o separatismo e o ódio aos nordestinos. Rodrigo Vianna, no blog "O Escrivinhador", publicou artigo sobre este triste fenômeno. Triste e perigoso, pois pode levar a uma reação, já que à toda ação corresponde reação de igual intensidade e em sentido contrário.

A eleição de Dilma ocorreria mesmo que ignorássemos os estados do nordeste. E as declarações demonstram apenas que, de forma equivocada, a campanha do PSBD acabou por conduzir ao preconceito contra os eleitores que escolheram pela continuidade das políticas do governo, como a política social e a descentralização dos investimentos com ênfase aos estados nordestinos, que viram o progresso chegar onde nunca chegou.

Esperemos que tais atos sejam isolados e combatidos. E não podemos esquecer que São Paulo é constituído, na maioria, de nordestinos e descendentes.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Investimentos necessários e rentáveis

A expansão do valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa-Família entre 2005 e 2006, de R$ 1,8 bilhão, provocou um crescimento adicional do PIB, de R$ 43,1 bilhões, e receitas adicionais de impostos de R$ 12,6 bilhões. Esse ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa-Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.
O Estado de São Paulo
Interessante observar que o estudo acima revela que o caráter, a correta classificação dos desembolsos nas áreas sociais é investimento. Investimento e não despesa, gasto a fundo perdido. Este estudo demonstra inclusive que o retorno destes investimentos não é de longo prazo, mas imediato. Investimentos como este fazem girar a economia e trazem benefícios imediatos a todos - inclusive para os mais ricos - uma vez que deflagra um círculo virtuoso.

Assim como investimentos para retirar da miséria produzem resultados, existem outros tipos de investimentos que são necessários e que deverão ter prioridade absoluta no atual contexto nacional. É necessário que a educação seja a nova meta a ser alcançada.

Nos dias de hoje muitas vagas de trabalho não são preenchidas pela falta de qualificação. Quem, em sã consciência, entregaria a alguém não qualificado alguma tarefa que exija qualificação? Não podemos contratar um agricultor para construir nossa casa nem um pedreiro para cuidar de nossa agricultura.

Sem descuidar dos avanços tecnológicos desenvolvidos nas universidades, teremos que nos dedicar à formação técnica necessária para a qualificação imediata de profissionais em cursos técnicos de formação profissional específica.

Espero que haja ampla discussão para os novos investimentos na área da educação e saúde, já que estes itens são complementares. Cabe a nós, como sociedade, exigir dos novos integrantes da administração pública, o cumprimento da tarefa que a eles foram delegadas. Afinal de contas, as promessas neste sentido foram feitas e estes eleitos foram escolhidos como contratados da sociedade para ações efetivas neste sentido, sem descontinuar as ações no sentido de retirar da pobreza absoluta o enorme número dos que ainda se encontram nesta situação.